Esgotam-se os critérios para definir o meu estado quando me aproximo de alguns colegas meus, com idade igual à minha também ... eis que os comentários medíocres surgem, as palavras e os sotaques impregnados, enraizados, como que acomodados, que nem influências do vento sentiram e tão cedo não modificarão! Tempo, quanto a mim, perdido em atitudes infantis, escassas de sabedoria e repletas de inquietação, de um vazio difícil de contrariar.
Na iminência de conseguir descrever o meu estado face a estes fenómenos pouco merecedores do que quer que seja, vejo que estou desiludida, mas encaro a situação como útil para ver o que devo ou não preservar e afastar dos meus dias. E então, como sempre, bem decidida, afasto aquilo ali porque não aprendo nada de positivo. Aqui, o meu lugar espera que se continuem a plantar com até ao momento, coisas úteis e prazerosas, inteligentes e dinâmicas, e com um cheiro saudável.
E que o ser humano não se ocupa tanto em festejar o fio evolutivo da Idade Cronológica, a não ser que esteja a Idade Mental sempre acompanhada de evoluções positivas também.
O Presente é do Passado, como o Passado do Futuro e o Futuro do Presente.
Que o meu Passado, Presente e Futuro me pertençam mais a mim do que ao um outro Tempo, desconhecido e alheio.
Hoje as histórias ouvidas são várias e cada uma merecedora de uma especial e diferente reflexão... quantas são as vezes em que reclamamos da nossa vida sem querermos olhar um pouco para o outro lado?
História de um homem, "trabalhador temporário" na construção civil que mal sente a recompensa nas mãos, a vai aplicar em situações que geram dependência!
História de uma jovem mulher que, apesar das habilitações necessárias para trabalhar e de toda a motivação e empenho a elas aliados, vê-se impedida de o fazer graças à rasteira que é viver com uma doença crónica todos os dias da sua vida!
Dicotomias ... por um lado são pessoas que se autodestroem à procura de prazeres efémeros, por outro, pessoas que lutam a favor da saúde que a vida se esqueceu de lhes brindar, afincando-se incessantemente numa possibilidade!
E nós, aparentemente saudáveis, sem problemas de maior, reclamando contra tudo e contra todos, aspirando sempre por momentos bem melhores, repletos de futilidades e de ambições materialistas, quando o que realmente nos deveria sustentar seriam a disponibilidade mental e física de que gozamos para trabalhar e para sorrir! Somos verdadeiros seres insatisfeitos, aplicando valor naquilo que é genuinamente fraco merecedor, chorando pelo que é literalmente positivo só quando não possuímos e por isso dando falta. Somos muitas vezes ao dia egocêntricos, egoístas, orgulhosos e não conscientes.
Por isso é que viver mata para quem ainda não se disponibilizou a aprender a viver.