Segunda-feira, 9 de Fevereiro de 2009
Dia Não

 

 

Chove? Nenhuma chuva cai

 

Chove? Nenhuma chuva cai

Então onde é que eu sinto um dia

Em que ruído da chuva atrai

A minha inútil agonia?

 

Onde é que chove que eu o ouço?

Onde é que é triste, ó claro céu?

Eu quero sorrir-te, e não posso,

Ó céu azul, chamar-te meu...

 

E o escuro ruído da chuva

É constante em meu pensamento.

Meu ser é a invisível curva

Traçada pelo som do vento...

 

E eis que ante o sol e o azul do dia,

Como se a hora me estorvasse,

Eu sofro... E a luz e a sua alegria

Cai a meus pés como um disfarce.

 

Ah na minha alma sempre chove.

Há sempre escuro dentro de mim.

Se escuro, alguém dentro de mim ouve

A chuva como a voz de um fim...

 

Os céus da tua face, e os derradeiros

Tons do poente segredam nas arcadas

 

No claustro sequestrando a lucidez

Um espasmo apagado em ódio à ânsia

Põe dias de ilhas vistas do convés

 

No meu cansaço perdido entre os gelos,

E a cor do outono é um funeral de apelos

Pela estrada da minha dissonância...

 

                                                                                               Fernando Pessoa

 

 

Hoje o meu dia está literalmente cinzento.

Com pouco encanto, com muitas molhas à mistura, com muita melancolia emocional (sinto o meu encéfalo a funcionar a carvão).

A melhor parte do dia foi a da hora do lanche: a torradinha e o habitual copo de leite morno.

Amanhã estarei melhor, tenho esperança :)

Há dias assim e não fosse eu uma comum mortal!

 

 


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