Quinta-feira, 12 de Março de 2009
Ritmo Acelerado

 

 

As mãos perdem a orientação dos outros dias, o coração balança, quer sair mas fica no seu lugar.

O nó existente na garganta atrapalha as palavras já secas e gastas. As novas são tímidas, não conhecem ainda o mundo da boca para fora. Ficam sofredoras em silêncio.

Os músculos retraem-se, um por um, fazendo uma sequência assustadora, ensaiando a peça do prisioneiro. As correntes são puramente imaginárias mas obrigam à mordaça.

Não existe mais ninguém. Nem aquele alguém.

Criação e sossego.

Organização e obediência. Os remetentes e os destinatários começam agora a assinalar um verdadeiro acordo.

Momentos efémeros mas desgastantes. São minutos para sublinhar uma nova partida. Respiração. O oxigénio. A calma e a recompensa da dilatação.

Tudo está no fluxo adaptado mas há algo em alguma parte que não está! O ritmo. Ele é repentino e acelerado.


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