Dou-me um presente se o merecer! Nem preciso de presentes sempre que mereço. Depende de que presentes posso falar.Presentes materiais embelezam estruturas não embelezam almas. E quais os que prefiro? Os dois? Um em detrimento de outro? Nenhum deles? Pois, por vezes sei por vezes nem por isso ou nem se quer quero saber o que quero!
Pensando bem e melhor, nada mais razoável do que se sentir bem por dentro. O que está por fora, aquilo que se vê, depende do que se lê a partir de dentro. É com a parte de dentro que me preocupo sinceramente e por isso, não passam de retoques artificiais os que se esforçam da parte de fora.
Tudo o que temos cá fora é uma miragem não transparente. Quero descortinar todos os dias o sótão, arrumar ideias e pôr-me a caminho. Levo mantimentos para me adoçar. Porque a ilusão também conta, porque esta não é menos que a desilusão, tendo em mente que a última ocupa muito espaço e não é sempre da forma mais justa.
As compensações existem sempre, é só recriá-las.
Um sinal de alerta que por minutos negligenciei porque dei mais atenção à minha mágoa!
Descorei aqueles mesmos minutos, o que estava à frente dos meus olhos, e por isso não raciocinei e deixei-me levar...mas para além da capa de técnica eu sou humana e sofro e grito e ainda pulo e ainda muito mais...
O que mais me impressiona em mim é a capacidade com que dou cada abraço a cada ser humano porque é disto que eles têm fome, de carinho, de compreensão, de uma ponta boa e solta para se agarrarem...
E continuo a dar mil abraços e aqueles todos os que forem necessários para em viagem pensar que no momento fiz o melhor que sabia e podia!
Reflexões sobre um duro mas sábio dia
Vejam bem
que não há só gaivotas em terra
quando um homem se põe a pensar
quando um homem se põe a pensar
Quem lá vem
dorme à noite ao relento na areia
dorme à noite ao relento no mar
dorme à noite ao relento no mar
E se houver
uma praça de gente madura
e uma estátua
e uma estátua de febre a arder
Anda alguém
pela noite de breu à procura
e não há quem lhe queira valer
e não há quem lhe queira valer
Vejam bem
daquele homem a fraca figura
desbravando os caminhos do pão
desbravando os caminhos do pão
E se houver
uma praça de gente madura
ninguém vem levantá-lo do chão
ninguém vem levantá-lo do chão
Vejam bem
que não há só gaivotas em terra
quando um homem
quando um homem se põe a pensar
Quem lá vem
dorme à noite ao relento na areia
dorme à noite ao relento no mar
dorme à noite ao relento no mar
Zeca Afonso - Vejam Bem
Se eu já fosse uma alma entre as gentes em 1974, estaria lá para ver!
Se eu fosse uma alma entre as gentes em 1974, tinha sangue frio para correr riscos!
Se eu fosse uma alma entre as gentes em 1974, eu lutaria até ao máximo dos limites!
Porque a Liberdade é um sabor doce, que se quer alienado da amargura e do desprazer, quer-se vincado na coragem e esculpida na mão de quem a agarra.
A Liberdade é-nos a ferramenta útil para escalar à montanha, até àquela que conseguirmos tocar. É a base para cheirarmos os sonhos que cravamos no céu e onde as estrelas são as guardadoras fiéis.
A Liberdade é um sabor alternativo e por isso cautela ao tocarmos nela, porque o tudo e o nada têm o mesmo peso e valor.
E que os cravos perdurem nas nossas memórias, e que uma revolução seja sempre um acto de mudanças benéficas ...
E que a Liberdade exista na minha mente, para saber Ajudar, Amar, Perdoar e ser Ajudada , Amada e Perdoada.
Tenho orgulho desta data 25 de Abril de 1974